É inegável que a vida profissional tem sido cada vez mais desafiadora para todos, em todos os níveis. Desde a alta diretoria, sob a constante pressão do mercado, até os estagiários, que se veem cobrados por produtividade, o estresse muitas vezes se torna uma marca registrada dentro das empresas.
Essa realidade atinge a todos: CEOs, gerentes, coordenadores, analistas – cada um lida com sua parcela de dificuldades. Essa carga contínua, por sua vez, pode levar ao adoecimento psicológico, impactando a saúde mental dos colaboradores e, consequentemente, a produtividade e o ambiente de trabalho como um todo.
É crucial que as empresas reconheçam essa realidade e implementem estratégias eficazes para mitigar o estresse e promover o bem-estar de seus funcionários. Ignorar esses sinais pode ter sérias consequências, tanto para o indivíduo quanto para a organização.
A crescente prevalência de transtornos psicológicos como causa de afastamento do trabalho no Brasil exige atenção aos direitos e procedimentos que amparam o trabalhador.
Condições como ansiedade, depressão, síndrome de burnout e estresse pós-traumático, frequentemente ligadas ao ambiente profissional, impactam diretamente a saúde mental e a capacidade laboral.
Este artigo visa esclarecer os principais direitos do trabalhador afastado por doenças psicológicas, detalhar o processo de solicitação de benefícios junto ao INSS e orientar sobre as medidas a serem tomadas em caso de demissão durante o período de afastamento.
O Cenário Atual: Afastamentos por Motivos Psicológicos em Números
Os dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho revelam a magnitude do problema: em 2022, mais de 576 mil trabalhadores foram afastados devido a transtornos mentais e comportamentais, representando aproximadamente 10% do total de afastamentos concedidos pelo INSS.
Entre as principais causas desses afastamentos, destacam-se a depressão, os transtornos de ansiedade, o estresse relacionado ao trabalho e a síndrome de burnout.
O impacto dessas condições transcende a saúde individual do trabalhador, gerando prejuízos significativos para as empresas, como a queda na produtividade e os custos associados a afastamentos prolongados.
Principais Doenças Psicológicas com Ligação ao Trabalho
Diversas condições psicológicas podem ser desencadeadas ou agravadas pelo ambiente de trabalho. Entre as mais comuns, destacam-se:
- Síndrome de Burnout: Caracterizada pelo esgotamento físico e mental extremo, resultante do estresse crônico no ambiente profissional.
- Depressão: Um transtorno de humor que pode ser deflagrado ou intensificado por pressões excessivas e condições de trabalho desfavoráveis.
- Transtorno de Ansiedade Generalizada: Manifesta-se por preocupação excessiva e persistente, frequentemente exacerbada por demandas laborais intensas.
- Estresse Pós-Traumático: Pode surgir em decorrência de eventos traumáticos vivenciados no ambiente de trabalho, como acidentes ou situações de violência.
- Fobias Ocupacionais: Medos irracionais e intensos relacionados a aspectos específicos do trabalho, como apresentações em público, reuniões ou viagens a serviço.
O papel do psicólogo no tratamento dos transtornos mentais.
O Papel da Psicoterapia no Enfrentamento do Estresse OcupacionalConsiderando o cenário de estresse crescente no ambiente de trabalho, a busca por apoio psicológico tem se mostrado uma ferramenta essencial para a saúde mental dos profissionais. A psicoterapia, nesse contexto, oferece um espaço seguro e profissional para que indivíduos de todos os níveis hierárquicos possam lidar com as pressões e desafios da vida corporativa.
É aqui que a expertise de profissionais como a psicóloga Maristela Vallim Botari se torna especialmente relevante. Com experiência no atendimento a pessoas que sofrem com o estresse relacionado ao trabalho, Maristela pode oferecer um suporte valioso para:
Identificação de Gatilhos: Ajudar o paciente a reconhecer as situações e fatores que desencadeiam ou intensificam o estresse no trabalho.
Desenvolvimento de Estratégias de Enfrentamento: Capacitar o indivíduo a criar e aplicar mecanismos saudáveis para lidar com a pressão, a sobrecarga e os conflitos.
Reestruturação Cognitiva: Trabalhar crenças e pensamentos disfuncionais que contribuem para o estresse, promovendo uma visão mais equilibrada e resiliente.
Melhora da Comunicação e Relacionamentos: Aprimorar as habilidades interpessoais, essenciais para navegar em ambientes corporativos complexos e reduzir atritos.
Prevenção do Esgotamento (Burnout): Oferecer ferramentas para que o profissional consiga gerenciar sua energia, estabelecer limites e evitar o esgotamento físico e mental.
Promoção do Bem-Estar Geral: Ir além da resolução de problemas imediatos, buscando um equilíbrio que impacte positivamente todas as áreas da vida do paciente.
A psicoterapia, portanto, não é apenas um tratamento para o adoecimento, mas também uma forma de prevenção e promoção da saúde mental, capacitando os profissionais a prosperarem em ambientes desafiadores.
O papel do psicólogo no tratamento dos transtornos mentais é crucial para a recuperação e bem-estar dos pacientes.
O psicólogo é responsável por avaliar e diagnosticar os problemas emocionais, comportamentais e cognitivos do paciente.
A partir daí, ele desenvolve um plano de tratamento personalizado que visa ajudar o paciente a lidar com seus sintomas e superar seus desafios.
Um dos principais papéis do psicólogo é fornecer um espaço seguro e confidencial para o paciente expressar suas preocupações e dificuldades.
Através da terapia, o psicólogo pode ajudar o paciente a identificar e compreender os padrões de pensamento e comportamento que podem estar contribuindo para seus problemas.
Compreender esses padrões pode ajudar o paciente a desenvolver estratégias mais eficazes para lidar com suas emoções e pensamentos negativos.
O psicólogo também pode ajudar o paciente a desenvolver habilidades para lidar com o estresse e a ansiedade.
Por exemplo, o psicólogo pode ensinar técnicas de relaxamento, meditação e visualização para ajudar o paciente a lidar com a ansiedade e reduzir o estresse.
Além disso, o psicólogo pode ajudar o paciente a desenvolver habilidades sociais e de comunicação para lidar melhor com relacionamentos interpessoais e conflitos.
O tratamento psicológico pode incluir uma variedade de abordagens terapêuticas, incluindo terapia cognitivo-comportamental, terapia psicodinâmica, terapia familiar e terapia de grupo.
Cada abordagem tem seus próprios objetivos e técnicas específicas. O psicólogo pode ajudar o paciente a escolher a abordagem mais adequada para suas necessidades.
Finalmente, o papel do psicólogo no tratamento dos transtornos mentais não é apenas fornecer suporte emocional e aconselhamento.
O psicólogo também pode trabalhar em conjunto com outros profissionais de saúde, como psiquiatras e terapeutas ocupacionais, para fornecer um tratamento abrangente e integrado.
Em conjunto, esses profissionais de saúde podem ajudar o paciente a alcançar sua recuperação e melhorar sua qualidade de vida.
Referências
Fiocruz - EPSJV: Uma reportagem de abril de 2023 menciona que, de acordo com o INSS, em 2022, 209.124 pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais
AMB (Associação Médica Brasileira): informa que em 2021 foram 200.244 afastamentos por transtornos mentais.
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